segunda-feira, 22 de março de 2010

E ao 52946º dia Ele voltou a escrever!

Muita pretensão da minha parte, não só denominar-me na terceira pessoa do singular, mas ainda usar maiúsculas para o fazer. Dêem-se por contentes por não usar também "bold" e um roxo flurescente. Quanta humildade...

Como devem ter percebido a classificação e resultados não estão actualizados. Nos últimos tempos tenho tido pouco tempo, mas agora, de papo e perna para o ar devo ter mais disponibilidade para ir escrevendo mais amiúde.

Agrada-me a vitalidade que o blog tem tido ultimamente. Espero que continue e se possível, melhore ainda mais. Sei que há muitas sexagenárias e sexagenários que ainda não são frequentadores assíduos do blog. Vamos lá a mexer essas bengalas e participar!

Quanto ao momento do clube, só há uma coisa que sempre me preocupou e preocupa. Para mim é essencial que quem pertence ao clube (seja em que posição seja) o faça por prazer e não por obrigação. Encaro o futebol amador apenas pela vertente lúdica. Com seriedade e ambição, mas sempre por diversão. Quem pertenceu a equipas que andaram na frente do campeonato e que alguns consideram as melhores que passaram pelo ATFC, percebem o que quero dizer. Houve no passado momentos em que a obsessão pelo 1º lugar devorou o prazer pelo jogo. Perdemos o essencial para ir atrás de um título. Acabámos por perder tudo. Bem sei que ninguém gosta de passar todos os fins-de-semana a perder e exige mais. O que é fundamental é criar um núcleo duro de pelo menos 7/8 jogadores e montar uma equipa em volta deles. E é fundamental que esses 7/8 jogadores saibam exactamente a razão de ser do clube e mostrem aos restantes o porquê de sair de casa em noites geladas para ir treinar. No meu primeiro ano de ATFC, perdemos muitos jogos. Mais do que ganhámos. Eu e mais 4 amigos saíamos de Santarém, fazíamos 1 hora de viagem para ir treinar ao Foros (fizesse frio ou calor, tufões ou tsunamis) e depois de treinarmos sobre o fumo auspicioso com que o "Burro" sempre fazia questão de nos presentear, voltávamos a Santarém e, em dias bons, à meia-noite, estávamos em casa a jantar. Quem fazia essa viagem sabe que nunca nos queixámos. Aliás, essas sextas à noite eram sempre o momento alto da semana (o Benfica nessa altura não era o que é hoje). Como nós, outros faziam sacrifícios para também poder ir aos treinos. Mas iam. Haviam uma sincera união e vontade. Não eram os resultados, nem o que as pessoas diziam ou deixavam de dizer. Éramos nós e nós bastávamos. Acho sinceramente que esta chama ainda vive dentros de alguns e pode ser revigorada. Deve ser revigorada. Tem de ser revigorada!